Técnica do DNA familiar: uma ferramenta na resolução de crimes.




Enquanto alguns métodos tais como a análise de fios de cabelo e a comparação de marcas de mordida tem sido alvo de críticas sobretudo com a falta de bases científicas, o teste de DNA permanece como a principal ferramenta para a investigação criminal baseada em ciências forenses. Que o DNA forense tem revolucionado a área da segurança pública isso, de fato, é incontestável. O desenvolvimento tecnológico nos últimos anos tem mostrado isso. Da recuperação de poucas células em locais de crime, a capacidade cada vez maior de análise e o uso de banco de dados traz um quadro estatístico de resultados de quase infalibilidade ao uso deste recurso poderoso. Mas nem tudo são rosas. Ainda há casos criminais que mesmo tendo perfil genético desenvolvido a partir de uma cena de crime ainda se tem grande dificuldade em chegar ao autor.

Para estes casos um recurso alternativo, que consiste em expandir o banco de dados de DNA, tem sido utilizado e tem demonstrado resultados. É a chamada pesquisa de DNA Familiar.

Diferente da pesquisa tradicional de DNA o qual busca o perfeito "Match" entre uma amostra coletada no local de crime e outra constante no Banco de Dados Criminal, a pesquisa de DNA familiar permite ao Perito expandir o Banco de Dados incluindo vínculo de parentesco com os perfis genéticos que já estão no Banco de Dados. Ou seja, esse método permite identificar pessoas condenadas que tem algum parentesco com outra que pode ser o autor de um crime.

Foi o que aconteceu no ultimo dia 10 de abril, em Arizona, nos Estados Unidos.


Iam Mitcham, um homem de 42 anos foi preso acusado de cometer homicídio contra Alisson Feldman, uma mulher de 31, a qual foi encontrada sem roupa, caída sobre uma poça de sangue em sua própria casa em fevereiro de 2015. Não foram observados sinais de arrombamento na casa.
Ela foi encontrada pelo seu namorado e o laudo necroscópico indicou asfixia e traumatismo craniano como causa da morte. A análise da cena do crime indicou que o autor tentou limpar a cena e assim, acabou deixando seu DNA no local o qual foi recuperado. Entretanto, ao realizar a pesquisa tradicional no banco de dados de DNA este não revelou nenhum suspeito.

Após 3 anos de investigação, cerca de 400 itens de evidencia foram coletadas e analisadas, centenas de entrevistas foram feitas sem chegar a lugar algum. Foi então que os investigadores resolveram usar a pesquisa de DNA Familiar. Dessa vez a pesquisa no Banco de Dados deu resultado. O banco retornou com alto grau de parentesco uma pessoa já condenada. Era o irmão de Mitcham que fora condenado por abuso sexual.



O uso do DNA familiar ainda é cheio de controvésias e algumas cortes dos Estados Unidos só admitem usá-lo em casos muito particulares. Quando se tratar de crime violento e quando as evidências analisadas não der resultado, por exemplo, são algumas das exigências para se poder pedir para realizar a busca do DNA Familiar.

Fontes:
http://www.dailymail.co.uk/news/article-5603479/Arizona-man-arrested-brutal-2015-murder-31-year-old-woman.html
https://www.nytimes.com/2017/01/27/nyregion/familial-dna-searching-karina-vetrano.html
https://criminal.findlaw.com/criminal-rights/familial-dna-searches.html
https://www.cbsnews.com/news/allison-feldman-case-dna-leads-to-arrest-in-2015-murder-of-medical-sales-rep/

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Video: Uso de luzes forense na busca de evidências

MPF/TO aciona Perito Criminal (ex-professor da UFT) por acumular cargos públicos

Eletroplessão e as diversas formas de morrer eletrocutado.